terça-feira, 17 de março de 2009

In AcaBADO

Fiz bandeira destes trapos,


devorei concreto e asfalto,


me encontro com o corpo cheio de marcas,


exaurido de mim mesmo e da decepção que a falta de orgulho me traz.





Apesar de tudo o que fizemos


eu e eu mesmo,


não fui entendido, reconhecido, não me pagaram 1 centavo,


não deram nem um tapinha nas costas.





As vezes o gosto amargo e podre da confusão e da ruina me vem a boca.

Tento vomitar neste papel minha angústia,

tento desaborrecer-me aborrecendo-te leitor.

De nada adianta, ficamos aborrecidos os dois.



Quando tenho mais coisas para pensar do que aquilo que minha mente limitada pode suportar,

tento bater tudo no liquidificar da ilusão para engolir tudo uma vez.

Acabo estragando tudo.



Logo que as horas passam, a memória trata de funcionar e apagar meus desgostos e o que não é importante,

a tempestade se acalma e parece tudo claro novamente.

Nessa hora tenho a maior satisfação de erguer a bandeira de meus trapos.


Mais valem trapos sujos e com Histórias para contar

do que a seda bem cultivada da redoma que nunca serviu de nada.


Sigo devorando concreto e asfalto, com coragem e força,

sempre com a impressão de que a montanha, que subo, nunca vai acabar

mas sempre com a sensação de estar cadavez mais perto do cèu,

ou da loucura completa.


Obrigado caderninho de escrever.

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