segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Toda unanimidade è Burra

Toda unanimidade é Burra. Essa é uma ótima frase para se iniciar um texto. Porém não venho falar nem de unanimidade nem de burrice. Se tu leitor já leste as outras postagens e percebeste que eu falo na 1ª do plural "nós", e muitas vezes esse "nós" soa estranho para ti, é porque és uma pessoa feliz e não compartilha dos mesmos assombros que eu.
Se não leste as outras postagens aconselho ler.
Se ainda não leste nada do Machado de Assis , recomendo-te fortemente a ler.
Aliás recomendo a parar de ler essa besteira que estou escrevendo e ir lê-lo agora.

Tá legal, não me obedeceste, continuaste lendo. Não faz mal... Estou começando a gostar de ti.
Trangredir se traduz nisso em parte. Fazer o que não está previsto na lei, na moral e nos bons costumes...
A maior Transgressão é fazer o que não estava previsto nem em nossos planos mais íntimos. É sair para comprar pão e encontrar o amor da sua vida. É entrar na briga para apanhar e arrastar o focinho do adversário no asfalto. É achar graça nas piadas que o pai conta. É olhar para trás e conseguir orgulhar-te de ti mesmo, apesar de todas a cagadas que fizeste pelo caminho. Transgressão rima com contradição e principalmente com evolução. Tem a capacidade de produzir uma felicidade das mais verdadeiras.

Mas eu falava do "nós". Quem sabe eu suponho que todos tenham as mesmas minhocas que eu na cabeça. Quem sabe eu esteja falando simplesmente comigo mesmo. Quem sabe eu tenha tantas minhocas que esteja ficando atordoado, ou quem sabe eu escreva na 1ª do plural por ter uma profunda esperança secreta de que alguém leia isso algum dia e goste ou não goste, que aprenda algo ou confuda-se mais, mas que pelo menos sinta algum impacto com isso.


Questine. Mude... Ou fica tudo jeito que esta e continuamos bebendo Coca-Cola.

Rodoviária

A cada promessa de abando dos rótulos, cada vez que ouvimos algum tipo de filosofia sincera e profunda, a cada musica do Cazuza ou dos Engenheiros ouvida pela primeira vez, a cada livro de pensamentos ou poesias profundos, com toda a profundidade que o "profundo" pode ter, temos a impressão de que ouviremos aquele pensamento que acabará com nossos problemas psicológicos e nos transformará em pessoas realmente felizes, mas não.
Por mais bonito e profundo que seja o pensamento no início, ele nunca chega num final convincente, nunca atinge o âmago da questão.
E nunca atingirá.
Felizmente é isso que nos mantém vivos e se mexendo; com cada vez mais criatividade.
Tenho a impressão de que somos meros compostos químicos que estão fadados a se mexer incessantemente pelo espaço para o resto da eternidade. É só uma reação química sem sentido. Basta observar a Rodoviária por alguns minutos.

Mediocridade

Acordamos ou com sono e putos da cara, ou cheios de esperança surreal que só existe na propaganda da Doriana, geralmente os dois.
Tomamos café por obrigação e traçamos planos para as próximas horas da existência.Se for dia útil alguém( faculdade, trabalho) já fez isso por nós, há pouco o que pensar, muitas obrigações.Se for fim de semana perdemos mais tempo planejando do que fazendo, e enquanto isso ligamos a TV, e quando se vê já é a hora de correr atrás do almoço. Ai está um ótimo objetivo fugaz, totalmente pertinente à existência.Começa alguma correria, se ninguém estiver fazendo isso por nós.Depois de alimentados concentramos algumas calorias e alguns minutos fazendo a maravilhosa digestão.Depois dela vem a hora crucial do dia, ai por 2 da tarde entramos numa crise existencial e vivenciamos o tipo de tédio dos mais nocivos possível.Começa a faltar criatividade do que fazer com a própria existência. Ai pensamos em várias possibilidades, se estamos sozinhos rapidamente pegamos o telefone, enquanto isso a TV continua ligada desviando um pouco de nossa atenção e depressão.Algumas vezes programamos atividades realmente prazerosas no telefone com outros seres na mesma situação que nós , mas muitas vezes entramos em frias das quais tentamos sair e voltar para frente de TV outra vez.
Se não arrumamos nada no telefone ficamos na frente da TV e lá pelas 18H nos espantamos como é fácil jogar fora 4 valiosas horas da existência no lixo, e por isso continuamos em depressão. Mas então já se aproxima a hora da janta, deixamos a tristeza de lado pois temos que conseguir mais comida, é sempre um prazer comer.
As vezes a depressão se trona insuportável insuportável ai por 16h, e então tomamos atitudes drásticas do tipo desligar a TV e ir passear no parque, ou no shopping se estiver chovendo., ou ficar conversando horas sobre depressão, mas nada muito diferente disso.É claro que quando chegamos em casa tentamos nos convencer a todo custo que a indiada valeu a pena.Ter coisas ruins para fazer é melhor do que não ter nada para fazer.
È tão engraçado isso de termos a necessidade de justificar nossas atitudes para nós mesmos a todo o momento, é como uma prestação de contas incessante em que os contadores se pegam pelo pescoço e lutam com unhas e dentes por seus ideais.
As vezes temos idéias tão criativas as duas da tarde que justificam inteiramente algumas luocuras de nossa civilização , como: músicas emo, sertaneja, formação de metrópoles, teatro, Jet skii, mulher melancia e guerras mundiais.
Enfim, toda essa loucura se acalma um pouco depois da janta. Pois estamos fazendo digestão outra vez e já é noite , e isso serve totalmente de justificativa pra sentarmos no sofá e assistirmos TV novamente. As vezes vamos para festas o que é um capítulo a parte.
A festa nada mais é do que uma esperança infundada de felicidade garantida por no mínimo 4 horas. È um lugar apertado, quente, abafado, Barulhento( funk, pagode etc...), com gente hostil( patricinhas playbozinhos e marginais), lugar este que para nos suportarmos dentro temos que estar bêbados, anestesiados, alheios aos estímulos externos.Geralmente se passa mal por causa disso e a todo o momento olhamos para o relógio só esperando a hora de chegar em casa e dormir pois é claro que uma semana infernal por trás estamos abobados de sono.Mas não, agüentamos firme e esperamos até as 4 da manha para provarmos para nos mesmos e para os outros que estamos nos divertindo (seja lá o que essa palavra queira dizer).Enquanto esperamos bater as 4 horas nos remexemos e contorcemos em todas as dancinhas ridículas que o funk carioca e o axe baiano podem prporcionar. Isso para passar o tempo e tentar mostrar um pouco de alegria e euforia aos amigos conhecidos. Se estamos solteiros tentamos estabelecer contato com o sexo oposto, para pelo menos conseguirmos uma transa no fim da noite, como se isso fosse uma recompensa por todo o esforço. Beijar, em si, também não deixa de ser bom.Enfim a espécie tem que continuar.
Preenchemos a existência com tarefas, muitas delas inúteis e ridículas, a fim de nos alienarmos e tornarmos a convivência com nós mesmos, ao menos suportável.
Às vezes quando a aula acaba antes ficamos agoniados, depressivos sem saber como nos alienar.
Meus livros, meu violão, jogos, caderninho e lapiseira são meus companheiros nessa estrada de solidão sempre lutando contra a depressão, sempre acompanhado de uma ridícula mediocridade.Sim, e qual mediocridade não é ridícula?
Não se preocupe a vida passa, bem ou mal ela passa. Não temos obrigação de nada, não entendo porque tanta agonia.Sempre mediocremente para todos ela passa, invariavelmente.

Ou se corre atrás, ou se espera sentado.O que? O Nada

Procurar , esperar, angustiar-se,
encontrar, decepcionar-se, indignar-se,
batalhar um lugar melhor,
escolher,
arrepender-se até a morte!
Chorar e sofrer e arrepender e
procurar resposta e não encontrar.

E então novamente procurar , esperar, angustiar-se...

Até que então, por alguns felizes segundos,
Alienar-se, esquecer quem se é...
Rir e se sentir bem;
procurar por mais bem estar
e não encontrar.
E então novamente esperar, angustiar-se...

Minha Metade

Que tudo o que sinto
Se transforme em palavras,
Pois tudo o que vejo, por tua causa,
É colorido.


Que tudo que desejo
Se transforme em realidade,
Sempre contigo ao meu lado,
Pois nenhuma história pode ser realmente verdadeira,
Sem tua presença.


Que todo caminho que eu ande
Tenha a magia do teu toque de fada,
E a tua graciosidade de borboleta,
Pois por tua causa a floresta é encantada.


Que a saudade que sinto
nunca seja maior do que a esperança de reencontrar,
pois metade de mim é amor
e a outra metade...
também.


Nada como uma poesia doce de romance para derreter com cautela e carinho o gelo que impede nossos corações de bater.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Dores de cabeça

Dor de cabeça produz irritação. Irritação produz desentemdimento. Desentendimento produz solidão. Solidão produz depressão. Depressão produz blogs.
Blogs produzem dor de cabeça e por isso ou você toma logo um paracetamol ou para de ler isso.

Ta legal, já que você não parou, aconselho que cuide bem da sua cabeça, mantenha a tranquilidade e o bom humor; se conseguires fazer isso e ainda ser sincero, você merecerá os meus sinceros parabéns. Cuide dos seus joelhos também. E no filtro solar, acredite.

Isso que fiz acima se chama escrever por escrever, escrever para preencher o tempo livre. Transformar qualquer pensamento em palavras. Significa não ter a mínima pena de quem irá ler. Juro que me esforçarei para não fazer isso. Não quero que minhas palavras encham ainda mais o saco de lixo da cultura atual.
Na minha primeira postagem não quero ser incoveniente, nem conveniente.
Não queria fazer uma sinópse do blog inteiro, a curiosidade que tu tens leitor é o motor que te faz ir em frente na leitura. Matá-la toda logo de início significa me matar como autor, significa tirar toda a graça.

O ponta-pé inicial sempre será um dolorido ponta-pé num bloco implacável de gelo.
Quebraremos esse gelo aos poucos.