segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Mediocridade

Acordamos ou com sono e putos da cara, ou cheios de esperança surreal que só existe na propaganda da Doriana, geralmente os dois.
Tomamos café por obrigação e traçamos planos para as próximas horas da existência.Se for dia útil alguém( faculdade, trabalho) já fez isso por nós, há pouco o que pensar, muitas obrigações.Se for fim de semana perdemos mais tempo planejando do que fazendo, e enquanto isso ligamos a TV, e quando se vê já é a hora de correr atrás do almoço. Ai está um ótimo objetivo fugaz, totalmente pertinente à existência.Começa alguma correria, se ninguém estiver fazendo isso por nós.Depois de alimentados concentramos algumas calorias e alguns minutos fazendo a maravilhosa digestão.Depois dela vem a hora crucial do dia, ai por 2 da tarde entramos numa crise existencial e vivenciamos o tipo de tédio dos mais nocivos possível.Começa a faltar criatividade do que fazer com a própria existência. Ai pensamos em várias possibilidades, se estamos sozinhos rapidamente pegamos o telefone, enquanto isso a TV continua ligada desviando um pouco de nossa atenção e depressão.Algumas vezes programamos atividades realmente prazerosas no telefone com outros seres na mesma situação que nós , mas muitas vezes entramos em frias das quais tentamos sair e voltar para frente de TV outra vez.
Se não arrumamos nada no telefone ficamos na frente da TV e lá pelas 18H nos espantamos como é fácil jogar fora 4 valiosas horas da existência no lixo, e por isso continuamos em depressão. Mas então já se aproxima a hora da janta, deixamos a tristeza de lado pois temos que conseguir mais comida, é sempre um prazer comer.
As vezes a depressão se trona insuportável insuportável ai por 16h, e então tomamos atitudes drásticas do tipo desligar a TV e ir passear no parque, ou no shopping se estiver chovendo., ou ficar conversando horas sobre depressão, mas nada muito diferente disso.É claro que quando chegamos em casa tentamos nos convencer a todo custo que a indiada valeu a pena.Ter coisas ruins para fazer é melhor do que não ter nada para fazer.
È tão engraçado isso de termos a necessidade de justificar nossas atitudes para nós mesmos a todo o momento, é como uma prestação de contas incessante em que os contadores se pegam pelo pescoço e lutam com unhas e dentes por seus ideais.
As vezes temos idéias tão criativas as duas da tarde que justificam inteiramente algumas luocuras de nossa civilização , como: músicas emo, sertaneja, formação de metrópoles, teatro, Jet skii, mulher melancia e guerras mundiais.
Enfim, toda essa loucura se acalma um pouco depois da janta. Pois estamos fazendo digestão outra vez e já é noite , e isso serve totalmente de justificativa pra sentarmos no sofá e assistirmos TV novamente. As vezes vamos para festas o que é um capítulo a parte.
A festa nada mais é do que uma esperança infundada de felicidade garantida por no mínimo 4 horas. È um lugar apertado, quente, abafado, Barulhento( funk, pagode etc...), com gente hostil( patricinhas playbozinhos e marginais), lugar este que para nos suportarmos dentro temos que estar bêbados, anestesiados, alheios aos estímulos externos.Geralmente se passa mal por causa disso e a todo o momento olhamos para o relógio só esperando a hora de chegar em casa e dormir pois é claro que uma semana infernal por trás estamos abobados de sono.Mas não, agüentamos firme e esperamos até as 4 da manha para provarmos para nos mesmos e para os outros que estamos nos divertindo (seja lá o que essa palavra queira dizer).Enquanto esperamos bater as 4 horas nos remexemos e contorcemos em todas as dancinhas ridículas que o funk carioca e o axe baiano podem prporcionar. Isso para passar o tempo e tentar mostrar um pouco de alegria e euforia aos amigos conhecidos. Se estamos solteiros tentamos estabelecer contato com o sexo oposto, para pelo menos conseguirmos uma transa no fim da noite, como se isso fosse uma recompensa por todo o esforço. Beijar, em si, também não deixa de ser bom.Enfim a espécie tem que continuar.
Preenchemos a existência com tarefas, muitas delas inúteis e ridículas, a fim de nos alienarmos e tornarmos a convivência com nós mesmos, ao menos suportável.
Às vezes quando a aula acaba antes ficamos agoniados, depressivos sem saber como nos alienar.
Meus livros, meu violão, jogos, caderninho e lapiseira são meus companheiros nessa estrada de solidão sempre lutando contra a depressão, sempre acompanhado de uma ridícula mediocridade.Sim, e qual mediocridade não é ridícula?
Não se preocupe a vida passa, bem ou mal ela passa. Não temos obrigação de nada, não entendo porque tanta agonia.Sempre mediocremente para todos ela passa, invariavelmente.

Um comentário:

  1. adoreeei.
    exatamente o que acontece comigo.
    iaeuheaiueahieauhea

    perfeeito, continua assim!
    :**

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