terça-feira, 3 de agosto de 2010

Saudade

Podem me chamar de masoquista, mas sentir saudades é muito bom.
É o ter de verdade, profundamente, sem ter por perto.
É um desprendimento involuntário da coisa material. Desprendimento da carne, do bate papo, dos abraços, mas nunca dos laços. Período de descanso e fortalecimento dos sentimentos mais nobres e bonitos que podemos nutrir por outro ser humano.
No mais das vezes é somente uma questão de geografia.
É o extremo oposto do sentimento de perda. É a uma lacuna. Temos a certeza de que culminará com um abraço nunca antes tão quente e apertado, com um beijo nunca antes tão apaixonado e com palavras lapidadas com todo o capricho e paciência do coração poeta.
É escutar uma música e chorar, e ,logo depois, lembrar do quão bonito é e rir, e chorar, e rir, e chorar, e rir, e escrever, e chorar...
É sentar no sofá, olhar para o nada, pensar em tudo e não ver a hora passar.
Saudade transforma a realidade em magia. Os sonhos imitam a realidade, viram uma detalhada e repetitiva sinopse do momento do reencontro, se tornam o playground dos planos compartilhados. Sentir saudade é necessariamente sonhar acordado.
Saudade é ótimo, mas machuca só pra lembrar que estamos vivos.
Queima e doi, e aquece, e queima...
Lateja, palpita, enlouquece, mas no fim, bem no fim, aquece.

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